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Vivendo acima do caos

  • Foto do escritor: JUBCor
    JUBCor
  • 8 de dez. de 2020
  • 5 min de leitura

Um homem entrou com carro e tudo numa igreja católica na Flórida, no sábado passado, quando os fiéis se preparavam para a missa. Desceu do carro, espalhou combustível no saguão da igreja e ateou fogo. Quando foi preso disse que "tinha sérios problemas com a Igreja Católica, que foi "muito massa" o que fez e que estava numa "missão". Era esquizofrênico, mas não estava tomando os medicamentos apropriados. Durante o fim de semana passado várias igrejas foram queimadas de costa a costa nos Estados Unidos.


Enquanto isso, noutro extremo, na África do Sul, no mesmo sábado 11 de julho, uma facção de membros da International Pentecost Holiness Church (IPHC) (Igreja da Santidade Pentecostal Internacional) entrou à força nas propriedades da igreja, matou cinco pessoas e fez 200 reféns dentre os que estavam hospedados na igreja. Mais de trinta pessoas foram presas até agora, todos membros da igreja que tem mais de três milhões de pessoas no país. Motivo: queriam tomar a direção da igreja e administrá-la financeiramente.


Notícia boa: no Sudão, o governo de coalisão pós-guerra baniu a mutilação de mulheres e proibiu matar pessoas que se converterem do islamismo para o cristianismo ou qualquer outra religião. Pode parecer não ser de grande importância isso, mas semana passada morreu um homem no Paquistão em consequência dos tiros que levou por comprar uma casa e mudar-se, como cristão, para um bairro muçulmano.


As quatro notícias reportam fatos a respeito da religiosidade ao redor do mundo. Mas se a religião por definição é "religar o homem a Deus", por que esse caos?


A resposta é que Deus não criou religiões. O judaísmo não foi criado por Deus assim como o cristianismo como religião também não. No Antigo Testamento, Deus formou um povo que deveria ter um espírito missionário exemplar para levar as outras nações do planeta a conhecer e se relacionar com o Criador. Falhou severamente e transformou as instruções de vida em preceitos religiosos extremamente rigorosos, afastando-se dAquele que os convidou à intimidade. Quando Jesus veio resgatá-los, amaram mais sua posição de liderança e domínio sobre o povo do que o Criador encarnado, feito o grupo acima da África do Sul, e crucificaram o Salvador.


Durante seus primeiros trezentos anos os cristãos não foram religiosos. Não tinham templos e não se importavam com isso. Não é que lhes fosse proibido. É que entendiam que não era esse o propósito da fé em Jesus. O propósito dos cristãos não era a adoração e culto em santuários suntuosos, mas a pregação do Evangelho que salva vidas e a regeneração pelo Espírito Santo, transformando pecadores perdidos em salvos menos pecadores. Quando tinham liberdade para isso, reuniam-se em casas de irmãos, compartilhavam alimentos, cantavam hinos e pregavam as boas-novas. Igreja era o povo, não o prédio. Hoje, os dicionários definem igreja primeiramente como o "conjunto dos fiéis de uma religião", mas também como "edifício dedicado ao culto de qualquer confissão cristã".


Dou graças a Deus pela liberdade que temos de nos reunir em um templo e poder nos alegrar juntos, em comunhão, com o mesmo propósito da igreja primitiva, anunciando as boas-novas de salvação e regeneração do perdido. Mas lamento profundamente o que a humanidade fez com a fé cristã ao redor do mundo como religião-negócio. Pior, a substituição da devoção e amor a Deus pelo cumprimento de regras religiosas que vão desde não permitir que mulheres cortem os cabelos ou usem calças compridas a guardar dias da semana e até subir escadarias de joelhos em pagamento de promessas que Deus nunca pediu a ninguém para fazer.


Cristo não veio formar religiosos. Ele não deixou nenhuma instrução sobre liturgia ou ordem de culto. Impressionante fato é que a Bíblia não tem nenhuma instrução de como fazer culto religioso. Jesus Cristo veio formar discípulos. Crer em Jesus, segundo Jesus, é segui-lO, praticar Seus ensinamentos, ter intimidade com Deus-Pai e conversar com Ele em oração. Jesus veio limpar o caminho para a comunhão com a divindade; Ele é o caminho em Si mesmo, trazendo Espírito Santo para dentro de nós para que saiamos de nós mesmos para este mundo caótico como servos, filhos de Deus com o anúncio de que é chegado o reino de Deus.


Se Deus não reinar em nós, se Ele não governar nossos braços, pernas e pensamentos, não passamos de infelizes religiosos alienados. Se Deus não reina em nós, reinamos nós mesmos, mas somos péssimos reis. Daí o negue-se a si mesmo do Salvador. Todo o fruto do Espírito de Gálatas cinco é para gerir nossos relacionamentos, pondo fim à desordem interna e externa em que com facilidade nos metemos. Leiamos o texto de hoje:


Gálatas 5:22-25 "Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, 23 mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. 24 E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. 25 Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito."


Revisando brevemente o significado de cada sabor de um único fruto:

Amor: é desejar e fazer o bem ao próximo, mesmo que não lhe convenha.

Alegria: fomos salvos do castigo do pecado e temos, pela graça de Deus, vida eterna. "Se Deus é por nós, quem será contra nós?" Estamos nas mãos do Pai e, quando morrermos, estaremos na presença inteira de Deus, por isso estamos alegres. Somos felizes.

Paz: a tranquilidade da alma que não depende de circunstâncias. Estamos constantemente na presença de Deus. Nada deveria nos inquietar. Estamos seguros.

Longanimidade é nunca desanimar, um longo ânimo para fazer tudo o que nos vier às mãos para fazer como se fizéssemos ao Próprio Senhor Jesus (Colossenses 3:17). Crente não desiste.

Benignidade é uma inclinação para o bem, capaz de pagar o mal com o bem. É consequência do amor. Nunca planejamos o mal.

Bondade é ir além do justo. É fazer o que não é nossa obrigação, como ceder um lugar para outra pessoa num transporte público, dar um prato de comida a quem tem fome.

Fidelidade tem dois sentidos: é a habilidade de manter a fé ou confiança em Deus sempre; também é a virtude de ser pessoas dignas de confiança, como filhos de Deus, imitando o Pai fiel.

Mansidão é ter a força de um touro, com chifres afiados, mas o coração de um cordeiro. É saber controlar a fúria mesmo debaixo da mais justa ira e refrear a violência que é capaz de fazer.

Domínio próprio é a característica da maturidade espiritual que faz com que resistamos às tentações da vida, não caindo nas ciladas do sexo indevido, da riqueza imprópria, da vanglória e da fama e outras mais.


Como bem disse o apóstolo em sua conclusão, "contra essas coisas não há lei", nem nunca haverá. Não existe lei que possa proibir alguém de ser filho de Deus e demonstrar as virtudes de quem conhece o Eterno.


Mas se dissemos que temos a vida eterna pelo Espírito Santo, consequentemente, como disse Paulo em continuação, "andemos também no Espírito". O mundo pode estar de cabeça para baixo, mas nós sempre teremos nossa cabeça lá em cima, no que é do alto.


Enquanto não podemos nos reunir num santuário para prestar culto ao que amamos acima de tudo e de todos, nada pode nos impedir de viver uma vida que é uma adoração ambulante e praticar a fé como importa que seja praticada.


Quem entende e vive assim, fica bem. Fica em paz. Fica com Deus.


Com carinho,

Pr. Manga

Igreja Batista do Cordeiro



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