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Reparador de brechas

  • Foto do escritor: JUBCor
    JUBCor
  • 29 de dez. de 2020
  • 5 min de leitura

Segundo uma pesquisa do CDC, o Centro para Controle de Doenças, dos Estado Unidos, um quarto dos jovens entre 18 e 25 anos pensaram em suicídio durante esse período de pandemia. Acompanhei e soube de filhos de membros de igrejas que sofrem de ansiedade e andaram se cortando com desejo de morte. Por quê?


A resposta mais simples talvez seja o fato de ninguém ter segurança. A vida está tão incerta que as pessoas não têm perspectiva de sucesso. Não têm esperança. Para agravar o quadro, ainda testemunham a desintegração do próprio lar em brigas sem sentido, separações precipitadas e infidelidade. Jovens formados em universidades não conseguem emprego. Para aumentar suas chances, viram eternos estudantes atrás de pós-graduação, mestrado e doutorado. Desempregados, não têm perspectiva de se casar e criar família. Têm diplomas, mas não veem futuro. Além disso, os noticiários fazem questão de divulgar o lado escuro da sociedade. A mentira é o fato do dia. Faltam as noticias boas, faltam notícias verdadeiras. Mas parece não ser de interesse anunciar o que vai bem. Parece que os muros que nos protegiam ruíram, as ruas por onde andávamos ficaram irregulares, cheias de buracos e de vazios, e os lares, desestruturados.


Em meio a tudo isso, o povo de Deus enfrenta a mesma crise e muitas vezes o faz tendo os mesmos sentimentos e temores dos que não se relacionam com Deus. Crentes também se deprimem. Muito e muitos. Não é fácil colocar os sonhos na gaveta à espera de um milagre. Esperar é um verbo indesejado numa cultura imediatista, do "fast food", a comida rápida. Ficamos mal acostumados e queremos "fast tudo". E, na contramão desses serviços, a vida ficou mais lenta. Não é à toa que um dos frutos da presença do Espírito Santo nos filhos de Deus é a "longanimidade", comumente traduzida como "paciência" e, daí, mal-interpretada. Longanimidade quer dizer "a capacidade de ter longo ânimo", de não desistir, não desanimar. Não tem nada a ver com ficar calmo, sereno e tranquilo, embora isso seja uma consequência.


Só tem um jeito de se viver a vida: não desistir dela. Só com Deus isso fica mais fácil. A perspectiva de vida, a forma como entendemos nossa existência e nossa sobrevivência, é o fator que faz a diferença. Não é religiosidade, mas intimidade com Deus. Vejamos o texto de hoje está em Isaías 58:6-12.


'6 “O jejum que desejo não é este:

soltar as correntes da injustiça,

desatar as cordas do jugo,

pôr em liberdade os oprimidos e romper todo jugo?

7 Não é partilhar sua comida com o faminto,

abrigar o pobre desamparado,

vestir o nu que você encontrou,

e não recusar ajuda ao próximo?

8 Aí sim, a sua luz irromperá como a alvorada, e prontamente surgirá a sua cura;

a sua retidão irá adiante de você, e a glória do Senhor estará na sua retaguarda.

9 Aí sim, você clamará ao Senhor, e Ele responderá;

você gritará por socorro, e Ele dirá: Aqui estou.

“Se você eliminar do seu meio o jugo opressor, o dedo acusador e a falsidade do falar;

10 se com renúncia própria você beneficiar os famintos e satisfizer o anseio dos aflitos,

então a sua luz despontará nas trevas, e a sua noite será como o meio-dia.

11 O Senhor o guiará constantemente; satisfará os seus desejos numa terra ressequida pelo sol e fortalecerá os seus ossos.

Você será como um jardim bem regado, como uma fonte cujas águas nunca faltam.

12 Seu povo reconstruirá as velhas ruínas e restaurará os alicerces antigos; você será chamado reparador de muros,

restaurador de ruas e moradias.'

O relacionamento com Deus faz com que paremos de olhar para nós mesmos e comecemos a prestar atenção ao nosso redor. O jejum, tão mal praticado, não é para que Deus dê uma chance para nossos sonhos e desejos. Nosso proveito ao jejuar é nos apegarmos ainda mais ao Pai e conhecer a Sua vontade, agradável e perfeita, oposta à direção em que o mundo vai. Esse jejum que Deus deseja nos torna reacionários e proativos. Daí nossa missão é praticar a justiça, isto é, o que agrada a Deus, e soltar as correntes da injustiça, do jugo, da opressão em todos os níveis. É partilhar o alimento com o que tem fome, vestir o que está nu, abrigar o desamparado. É nunca recusar ajudar o próximo.

A consequência dessa mudança de propósito é que nossa luz irromperá como o nascer do sol e prontamente surgirá a sua cura. Atentemos para isso. A cura não vem necessariamente como um milagre do tipo deitei-me enfermo e acordei são. A cura vem de dentro, primeiramente como cura emocional. Quando nossa intimidade com Deus nos faz sentir seguros, providos, protegidos e cuidados, podemos passar isso adiante. A luz de Deus se torna nossa luz e logo a cura vem. Essa fé transformadora nos torna justos, isto é, retos. Nossa retidão vai adiante de nós e Deus vem com Sua glória na retaguarda. Crente corrupto é só corrupto. O adjetivo se torna substantivo e o substantivo original se torna impróprio. Crente é sinônimo de reto, justo, puro, santo se é verdadeiro.

A garantia de Deus é esta: "Aí sim, você clamará ao Senhor e Ele responderá. Você gritará por socorro, e Ele dirá: 'Aqui estou'. As pessoas em geral querem isso sem aquilo. Não querem transformação de vida, só bênçãos. O 'aqui estou' de Deus transforma tudo em nós. O v.11 diz que Ele nos guiará constantemente, satisfará nossos desejos e fortalecerá nossos ossos. Seremos um jardim bem regado, como uma fonte cujas águas nunca faltam. Como disse Jesus: "Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva" (João 7:38). Notemos que uma fonte não bebe da própria água. Nós nos tornamos a presença e a palavra que saciam a sede de vida dos demais, não por nós mesmos, mas porque a Água Viva, que é o Cristo, flui em nós!

Dotados de tal bênção, somos incumbidos da missão que não nos deixa mais inoperantes e apagados. O versículo 12 diz que "você será chamado reparador de muros, restaurador de ruas e moradias". Nós já não necessitamos de reparos. Vamos reparar as brechas nos muros de nossa cidade. Muros são barreiras de defesa para que o inimigo não possa entrar. Se ainda há alguma brecha em seus muros, restaure-as. Seremos restauradores de ruas e ajudaremos as pessoas a não mais trilharem seus caminhos tortos, mas andarem nAquele que é o caminho, a verdade e a vida. E restauraremos moradias, porque "se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam" (Salmo 127:1).

Você está bem? Não? Busque o Pai agora em oração e entregue-se a Ele.

Fique bem. Fique em paz. Fique com Deus.

Com carinho,

Pr. Manga



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