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O sábado que não acabou

  • Foto do escritor: JUBCor
    JUBCor
  • 27 de ago. de 2020
  • 2 min de leitura

"Não ouvimos o barulho dos coveiros a enterrar Deus? Não sentimos o cheiro da putrefação divina? – também os deuses apodrecem! Deus está morto! Deus continua morto! E nós o matamos!”

Nietzsche, A Gaia Ciência, §125


Jesus está morto. Quem poderia imaginar? Três anos ouvindo as mensagens de amor, perdão, esperança e salvação vindas do coração mais puro da história, ninguém poderia crer que o mais inocente dos homens, hoje, estaria morto e sepultado.


Nietzsche fez da morte de Deus uma base filosófica. Não só constatava que para a sociedade de seu tempo Deus perdia valor a cada dia, mas ele mesmo não acreditava na existência de Deus, como deixou bem claro em outra obra: "Para mim o ateísmo não é nem uma consequência, nem mesmo um fato novo: existe comigo por instinto" (Ecce Homo, pt.II, af.1). E para quem não cria em Deus dedicou muito tempo e muitas páginas a "matar Deus".


Um relógio analógico quebrado marca a hora certa duas vezes por dia. Nietzsche estava certo: hoje, neste sábado daquela semana santa, Deus estava morto. Seu corpo começava a deteriorar-se. Foi por isso que as mulheres foram à sepultura no domingo pela manhã, levando ervas aromáticas para terminar de preparar o corpo de Jesus para o sono eterno.


Nietzsche acerta de novo: "E nós o matamos!". Não foi a zica, h1n1, influenza ou coronavirus. Fomos nós os algozes. Nosso orgulho, nossas mentiras, nosso apego ao pecado, nossa vontade de ser inconsequentes, mas incapazes de evitar as consequências tão malignas de nossos atos impensados, nossa ganância, nosso coração endurecido, nós matamos Deus.


Nietzsche acerta uma terceira vez: "Deus continua morto!". Quanta gente há no mundo que continua ignorando o Criador e o Salvador até hoje e ad infinitum! O filósofo alemão e seus seguidores caíram no erro de tentar verificar a realidade de Deus pela infalibilidade do comportamento dos religiosos a quem observavam. Não aprenderam que o homem erra; isso, sim, existe conosco "por instinto". Nossas falhas não desabonam o Mestre. As falhas das igrejas-instituições, que não são a igreja-povo, não tornam Deus falho nem inoperante. Ele é onipotente e infalível. Deus é fiel e amoroso. Tão amoroso que preferiu deixar o homem escolher entre crer e não crer, obedecer e desobedecer, não criando máquinas sem opção, mas optando por permitir que a humanidade venha a Ele por relacionamento pessoal, por convívio, não pela força. Vem a Ele quem quer. Quem não O quer, quem O nega ou se aliena em pensar que Deus não existe só porque não existe no coração daquela pessoa, continua matando Deus. Pior, já que Deus não pode realmente morrer, já que no sepulcro emprestado estava o corpo do homem Jesus e não o do Eterno, essas pessoas não estão matando Deus. Matam a si mesmas, perpetuando o sábado mais negro que já existiu.


Nietzsche morreu, que valha o eufemismo, "em colapso mental". Que pena, porque estando ele mesmo morto teve de prestar contas ao que se pensava morto e vive eternamente. Nossos pensamentos e filosofias só podem matar Deus em nossa vida, não permitindo as bênçãos e as alegrias do Pai para nós, mas não podem recriar o universo. Ninguém vai para o destino que imagina ou escolheu em seu coração. Só há duas opções e uma delas não presta.


Nietzsche morreu louco. Jesus vive!


Feliz Páscoa.


Com carinho,

Pr. Manga



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