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Não leia só as bênçãos

  • Foto do escritor: JUBCor
    JUBCor
  • 21 de out. de 2020
  • 4 min de leitura

Quando eu era um crente novo, aos 16 anos de idade, ganhei uma "caixa de promessas". Eram cerca de duzentos cartõezinhos padronizados dentro de uma caixinha. Cada cartão continha um versículo e todo versículo era uma promessa de bênção de Deus. Na minha imaturidade espiritual era muito gostoso ler um ou dois cartões por dia para alegrar o coração. A Bíblia tem muito mais do que as duzentas promessas contidas na caixinha e todas elas são válidas e podem ser requeridas de Deus. Fé é confiar no que Deus prometeu, então, Ele escreveu para que possamos saber que existem e recorrer a elas nas horas de necessidade. Não é questão de cobrar de Deus, mas de sermos lembrados que Ele prometeu a bênção e confiar nEle e esperar.


Infelizmente, é fácil extrapolar a promessa declarada e achar que tudo o que Deus fez com Seu povo ou com pessoas em particular na História também está disponível como promessa para nós hoje. Então, se Deus deu um filho a uma Ana estéril depois de anos rogando no templo, Ele também dará um filho natural a toda mulher estéril que for ao templo orar e pedir. Não é assim. O mesmo é válido para outras vitórias, como o livramento da cova dos leões ou da fornalha ardente, a cura das enfermidades e a restauração da vista aos cegos ou da audição aos surdos. Os relacionamentos com Deus são personalizados, individuais e Ele realmente tem poder para fazer tudo isso de novo e de novo, e o faz ao redor do mundo onde um testemunho seja necessário para glorificar o Seu nome, mas não o faz generalizadamente. Tampouco dá o poder a uma única pessoa para curar ao bem querer. Invariavelmente isso causaria dano ao ego de qualquer ser humano. Nenhum dos discípulos e apóstolos de Jesus na história da igreja pôde fazer isso o tempo todo. Não é por aí.


O texto de hoje nos mostra uma maneira mais equilibrada de ler a Palavra de Deus, Suas Leis e preceitos. Vamos a Josué 8:34-35: "34 Em seguida Josué leu todas as palavras da lei, a bênção e a maldição, segundo o que está escrito no Livro da Lei. 35 Não houve uma só palavra de tudo o que Moisés tinha ordenado que Josué não lesse para toda a assembléia de Israel, inclusive mulheres, crianças, e os estrangeiros que viviam no meio deles."


Josué foi o líder que sucedeu a Moisés. Coube a ele guiar o povo de Deus à tomada da terra prometida. Só que Josué sabia que não era uma coisa que dependeria de sua direção como líder, nem do esforço humano do nascente povo de Israel. Como se ele soubesse as palavras de Jesus em João 15:5, "sem Mim nada podeis fazer", Josué leu todas as palavras da lei para todo o povo reunido em assembleia. Ele fez homens, mulheres, crianças e até os estrangeiros entre eles lembrarem-se de tudo o que Deus tinha ordenado através de Moisés. Afinal, todos os membros da família devem crescer sob esses preceitos. Não se deve esperar a criança crescer para escolher, pois não teria os parâmetros certos para a escolha, sendo, via de regra, influenciada por seus colegas e amigos. A leitura diária da Palavra de Deus alimenta não só a alma, mas molda o caráter de quem atenta para os ensinamentos. E isso não se faz só com promessas.


Josué leu todas as palavras da lei, a bênção e a maldição. Por que o relator da história fez questão de enfatizar isso? Porque Deus sabia que o coração do homem só quer desfrutar das coisas boas e prazerosas, sem ter de respeitar os princípios que tornam esses prazeres inofensivos e seguros. Sem maldição, não sabemos curtir as bênçãos.


Maldições bíblicas não são olho gordo nem mal olhado, não são cafifas nem pragas. Não é mau agouro nem amedrontamento usando a probabilidade como se fosse fato, feito mãe diz ao menino em cima do muro: "Desce daí, menino, se não você vai cair". Se caísse, a mãe se gabava da profecia: "Não avisei?". Graças a Deus a maioria dessas ameaças não se cumpriu na vida de ninguém. Mas as maldições da Bíblia são outra coisa. Na verdade, são promessas de Deus também. Não podemos imaginar que vamos viver na criação de Deus, apesar de estarmos no mundo que os homens fizeram e não no berço original, sem as consequências das nossas escolhas. Além dos meros resultados de nossos atos, Deus avisa que nossas escolhas se depararão com a vontade dEle. Meus pais me ensinaram que se eu fizesse alguma coisa contra a vontade deles eu iria apanhar. Não era agouro. Era promessa. Feito maldição de Deus. E eu levei a minha dose de chineladas tão ardidas na pele, mas tão saudáveis para o meu caráter.


Como quem avisa amigo é, Deus promete que se procedermos de acordo com a Suas instruções, Ele nos presenteará com bênçãos. Bênçãos são a maneira de Deus dizer que tem orgulho de nós, uma variação do "eis o Meu filho amado em quem Eu tenho prazer"de Lucas 3:22. As maldições são a retirada das bênçãos e a aplicação de disciplina. Como escapa à minha possibilidade de fazê-lo aqui, recomendo a todos a leitura de Deuteronômio 28. Lá encontramos as "bênçãos da obediência" e, a partir do versículo 15, as "maldições da desobediência" ou as promessas de castigo para quem não levar Deus a sério. Não tem nada de sorte nem de azar.


Como fé é acreditar no que Deus disse e não quanto eu creio que algo bom vai acontecer por que "eu tenho fé em Deus", acredite que Deus fará o que prometeu. Ele cumprirá a promessa de dar bênçãos e também as de não dá-las e ainda por cima castigar. Não leia só as bênçãos para que você não se desvirtue. Leia toda a Palavra de Deus e saiba o que evitar na vida porque em si mesmo já tem uma consequência ruim, como também porque, além da consequência natural, a mão de Deus vai pesar. Se tirarmos as promessas negativas, Deus será o gênio da lâmpada dos desejos sem fim. Deus é Pai, o melhor Pai que existe. Cabe a você ser o melhor filho aí no corpo em que você está.


Fique bem. Fique em paz. Fique com Deus.


Com carinho,

Pr. Manga




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