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Espelhos

  • Foto do escritor: JUBCor
    JUBCor
  • 16 de jun. de 2020
  • 4 min de leitura

Estamos tão acostumados a ver espelhos por toda parte que imaginamos que eles sempre existiram, mas o espelhos como os conhecemos são um aperfeiçoamento relativamente recente. Adão e Eva tinham espelhos líquidos (não de vidro, que também é um líquido com um arranjo molecular especial). Viam seu reflexo nas poças de água, lagos tranquilos ou na água em uma vasilha. Nada que pudessem levar na bolsa. Os primeiros espelhos portáteis eram de cobre polido, feitos na Mesopotâmia, talvez já 4.000 anos antes de Cristo. Noé pode ter tido um desses. Depois vieram os de bronze e prata na China. Tinham um reflexo difuso e não renderizavam as cores muito bem. O apóstolo Paulo deve ter visto alguns desses, porque escreveu em 1 Coríntios 13:12: "Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho".


Mesmo assim, funcionavam o suficiente para que Sócrates, o mestre do "conhece-te a ti mesmo", instasse os jovens a que se olhassem nos espelhos para que, se fossem bonitos, se tornassem dignos de sua beleza, e se fossem feios, que soubessem esconder sua desgraça por meio do aprendizado."


Os primeiros espelhos de vidro apareceram no primeiro século da era cristã, com o surgimento da técnica do vidro soprado. A bolha de vidro era cortada em um círculo e recebia uma demão de chumbo ou ouro para melhorar o reflexo. Eram, portanto, côncavos, diminuindo a imagem refletida, ou convexos, ampliando e arredondando o rosto projetado. Mesmo assim, só se tornaram um pouco mais comuns a partir do terceiro século.


Os primeiros espelhos planos sugiram somente no século XVI, quando os sopradores de vidro resolveram fazer um longo cilindro, cortá-lo longitudinalmente e abri-lo sobre uma chapa quente. Eram caros e pequenos. Assim, os espelhos de aço polido foram popularmente usados até o século XIX. Os "reflexos obscuros" perduraram até 200 anos atrás.


Só em 1835, um alemão chamado Justus von Liebig inventou o espelho moderno, que recebia uma camada de nitrato de prata. Talvez alguns de vocês tenham feito um espelho assim na aula de ciências. A partir daí, os reflexos faziam jus ao dono da cara.


Cumpriu-se aí a segunda parte do versículo de 1 Cor. 13:12: "Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido."


Agora, vemos nós mesmos face a face e nos conhecemos plenamente, mas não ainda "da forma como somos plenamente conhecidos". Nós nos acostumamos com nossa imagem no espelho, mas o que todo mundo vê é nossa imagem invertida. A orelha que está do lado direito da imagem é a sua orelha esquerda, como acontece em muitas selfies dos celulares de hoje, que invertem a imagem para que você se identifique melhor. Por isso, muita gente se estranha nas fotografias, por causa das falhas de simetria que todo rosto tem. O lado esquerdo da face não é necessariamente um reflexo da face direita na maioria das pessoas. Curioso, não? Nós ficamos bem na selfie e todo mundo fica troncho.


Que imagem você tem de si mesmo? É digno da beleza que tem, ou seja, é bonito por dentro e por fora, ou compensou com estudo, cultura e educação, a falha externa? A dica de Sócrates ainda é válida. Mas a da Palavra de Deus é melhor ainda.


Vejamos Romanos 12:3 "Por isso, pela graça que me foi dada digo a todos vocês: Ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, ao contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu." (NVI). A autoimagem pode não corresponder à imagem refletida, que as pessoas conhecem. Se nosso conceito for mais elevado do que deve ser, corremos o risco de pensar que somos tão bons que poderemos ir para o Céu por conta própria, como nos alerta a tradução _A Mensagem_ desse mesmo trecho: "...é importante que não tenham um conceito errado de vocês mesmos, achando que têm alguma bondade para apresentar a Deus." Provavelmente, ninguém conseguirá ser tão bom quanto Jesus. Por isso, geralmente nos comparamos aos de pior espécie na humanidade para nos sentirmos melhores. Mas não é justo com eles nem com conosco. Temos espelhos e temos o Cristo. Tudo o que somos é "na medida da fé que Deus" nos concedeu, a mesma fé que nos salva, colocando os "méritos" nos devidos lugares.


Por outro lado, pelo mesmo motivo, não devemos pensar menos de nós mesmos. A baixa autoestima faz mal, impede o progresso e a luta por coisas melhores. Nos tornamos a hiena chorona do desenho animado antigo, sempre dizendo "Eu sabia que não ia dar certo". A medida da fé que Deus nos deu faz de nós Filhos dEle. Pela fé, recebemos o Espírito Santo que, quando ouvido, nos embeleza por dentro, fazendo brilhar em nós uma luz que não é mérito nosso, é a graça do Senhor. E ao verem essa luz, todos darão glórias a Deus.


Devemos, portanto andar de cabeça erguida. Sabemos realmente quem somos. No espelho, não vemos apenas o nosso rosto. Vemos a nossa alma e sabemos o que pode ser melhorado em nós, para não atrapalharmos nem envergonharmos o Deus que nos criou para Si. 2 Timóteo 2:15 "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." Porque, se assim procedermos, cumpre-se outra palavra: "Em vez disso, esperavam eles uma pátria melhor, isto é, a pátria celestial. Por essa razão Deus não se envergonha de ser chamado o Deus deles, e lhes preparou uma cidade." (Hebreus 11:16). Esta Terra vai passar e os filhos de Deus têm uma cidade preparada pelo próprio Eterno. Assim, vivamos esta vida com os pés nos chão e os olhos na cidade onde vamos morar.


Fique bem. Fique em paz. Fique com Deus.


Com carinho,

Pr. Manga.






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