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Dentro dos limites

  • Foto do escritor: JUBCor
    JUBCor
  • 9 de dez. de 2020
  • 5 min de leitura

Qual a diferença entre um campo aberto e um caminho? Podemos identificar várias, não? Embora um campo vá de um ponto a outro da área que ocupa, não conduz até lá. Um caminho mostra a rota apropriada para sair daqui e chegar lá. Um caminho tem o solo compactado, facilitando a jornada e fortalecendo os passos. Um campo, por mais vasto que seja superficialmente, tem um chão muito irregular, dificultando a caminhada. Justamente por isso, um caminho tem limites laterais, sejam esses reforçados por valas de escoamento ou cercas de proteção. Todos nós precisamos ter limites na vida para que nossa passagem por aqui seja a mais agradável possível.


No mês passado, uma mulher foi multada por dirigir um Ford Focus a 822 km/h numa rodovia da Itália. Bem se sabe que as estradas na Europa permitem viagens de carro a velocidades bem maiores do que as permitidas no Brasil. Mas nenhum carro normal consegue sequer alcançar metade dessa velocidade. Na verdade, nem um carro da Fórmula Um chega perto disso. Como foi que a senhora conseguiu tal feito? Simplesmente, não conseguiu. Um radar da estrada, que aqui chamamos de "pardal", estava com defeito e registrou um número absurdo. Os funcionários do departamento de trânsito não notaram o "fenômeno" e mandaram a multa de mil euros para a incauta motorista. Como você reagiria?


A Bíblia é considerada nossa única regra de fé e prática. Fé para que saibamos em que crer e não cair nas comuns "correntes de oração ou de qualquer coisa que se for passada para dez pessoas farão você receber uma bênção ou até uma fortuna qualquer". Fé é confiar no que Deus disse que pode ser aplicado geralmente, não o que foi dito a uma pessoa específica como se fosse uma concessão a toda a humanidade. Por exemplo, o fato de que Abrão foi chamado para ser pai de uma grande nação não quer dizer que todos os que creem em Deus serão pais de uma grande nação. Mas quando Jesus diz para bater, pedir e buscar porque a quem bater a porta se abrirá, a quem pedir, dar-se-lhe-á e quem buscar encontrará, essa é uma promessa geral, válida para todos. Quando Deus promete suprir-nos com teto, roupa e alimento, podemos confiar e saber que Ele não nos deixará faltar o necessário. Quando Jesus promete um Consolador, podemos ter certeza de que vamos ser consolados nos momentos difíceis da vida. A Bíblia é nossa regra de prática, porque o que a Palavra de Deus nos ensina não é conhecimento inútil, mas lições práticas para usar nas mais diversas situações. A Bíblia é para ser crida e vivida.


Muita coisa dentro das Escrituras são limites que devem ser respeitados. Há limites para quanto se deve beber, comer, dormir, trabalhar. Há limites para o sexo dentro e fora do casamento. Há limites para os relacionamentos humanos e há limites para a justiça. A famosa Lei de Talião do Antigo Testamento, do "olho por olho e dente por dente" não é um incentivo à vingança. Ao contrário, é um limite para a retaliação. Um trecho dessa lei que aparece primeiramente em Êxodo 21 diz assim, nos versículos 24-25: "olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, contusão por contusão".


O medo da vingança vem desde a criação, quando Deus castigou Caim por ter matado seu irmão Abel:

(Gênesis 4:13-15) Disse Caim ao Senhor: “Meu castigo é maior do que posso suportar. 14 Hoje me expulsas desta terra, e terei que me esconder da tua face; serei um fugitivo errante pelo mundo, e qualquer que me encontrar me matará”.

15 Mas o Senhor lhe respondeu: “Não será assim; se alguém matar Caim, sofrerá sete vezes a vingança”. E o Senhor colocou em Caim um sinal, para que ninguém que viesse a encontrá-lo o matasse.


Deus colocou limites para que a retaliação não fosse acima da ofensa cometida.


O Novo Testamento, por outro lado, embora permita que se busque a compensação e a justiça, tem como base o amor ao próximo e não a si mesmo. Com Jesus, aprendemos a manter nossas reações dentro dos limites bíblicos. Romanos 12:17-19 nos exorta assim: "Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; 18 se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; 19 não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A Mim Me pertence a vingança; Eu é que retribuirei, diz o Senhor."


Que Deus abençoe Sua Palavra em nosso coração.


O que aprendemos, a partir da presença do Espírito Santo dentro de todo aquele que recebeu Jesus como Senhor e Salvador (João 1:12), é não pagar o mal recebido fazendo mal ao que nos magoou. É uma Lei Anti-Talião. Isso não é uma vitória conseguida passivamente, como se fôssemos anestesiados pelo Espírito Santo e não pudéssemos reagir fazendo o mal. Nem é orando e esperando que Deus nos segure, amarre se necessário, para que possamos resistir à tentação de ferir de volta. É, é mesmo uma tentação, porque satisfaz o ego ferido. Não vai resolver nada, mas dá uma sensação de compensação. Vingança é tentação. Por isso, a instrução paulina é "não vos vingueis a vós mesmos", antes, "no que depender de vocês façam um esforço por fazer o bem perante todos os homens." Quer dizer que requer esforço o não vingar-se.


Consoantemente ao "dai lugar à ira", Paulo no diz em Efésios 4:26-27 "Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, 27 nem deis lugar ao diabo." A ira é uma emoção e ninguém pode evitar que a emoção surja diante das injustiças. Então a Bíblia diz "mas irai-vos", não se tornem indiferentes à injustiça ao seu redor, mas, no mesmo fôlego, a Palavra diz "mas não pequeis". E acrescenta "não deis lugar ao diabo". A ira incontida levará a uma vingança guiada pelo diabo. Não poderá jamais resultar em algo bom.


No entanto, se seguirmos a orientação completa do Senhor, entenderemos que a Ele pertence a vingança. Deus é quem vai retribuir. O popular "Deus lhe pague" funciona para o bem e para o mal. Não levante um dedo contra ninguém. Levante uma oração. Coloque a situação diante de Deus. Ele é justo. Não fará o que nossa emoção descontrolada pode fazer, dando um castigo ou retribuição maior que a devida, nem deixará o culpado escapar com pouco. O melhor de tudo isso é que tudo se resolve sem que soframos consequências por nossos atos de vingança. Ficamos em paz. Não guardamos a ofensa no coração, não alimentamos rancor, pois entregamos a questão a Deus e ela está fora de nossas mãos.


Limites fazem bem. Ter limites é ser prudente e viver uma vida mais segura. Deixe-se descansar nas mãos de Deus e aceite as instruções como bênçãos. Dê graças por que Ele nos avisou do perigo e não caímos em erro nem pecado. Durma tranquilo.


Quem está nas mãos de Deus fica bem, fica em paz, fica com Deus.


Com carinho,

Pr. Manga

Igreja Batista do Cordeiro



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