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Bom, sim. Bobo? Não

  • Foto do escritor: JUBCor
    JUBCor
  • 15 de set. de 2020
  • 3 min de leitura

Num acidente de trânsito, as autoridades seguem as leis para determinar o culpado do acidente para que fique responsável por reparar os danos causados aos outros, quando possível. Certíssimo.


Nosso problema talvez mais comum nos relacionamentos pessoais é a mania de determinar o culpado. Só que no convívio no lar, quase sempre não há como reparar os danos. Quem não ouviu, quando era pequeno, os pais perguntarem quem foi que fez isso ou aquilo? Quem quebrou o vaso? Quem quebrou a janela? Quem derramou o leite no chão? Então a gente cresce, casa e quando há um problema, lá vem o dedinho acusador: "A culpa é sua!". Foi essa conta que não foi paga, foi o arroz que queimou, foi a janela que ficou aberta e a chuva entrou. Psicologicamente, parece haver uma espécie de compensação ou alívio em determinar que a culpa é do outro. Infelizmente, na maioria dos casos, todos pagam a conta e, se não podem pagar, ficam todos no prejuízo. A mãe que descobre que foi o Joãozinho que derramou o leite é quem vai pegar o pano de chão e limpar a casa. Quem derrubou, sem querer, o celular de alguém no chão, rachando a tela, vai poder pagar?


O jogo da culpa e o castigo, se aplicado, nem sempre são corretivos. Isso funciona muito bem com crianças, para que não façam isso mais. Muitas vezes, é só um veículo de desabafo para a vingança. Não há retorno. Coisas ruins acontecem. Em Eclesiastes 12:6, Salomão nos exorta a buscar Deus antes que aconteçam coisas para as quais não há volta: "Sim, lembre-se dEle, antes que se rompa o cordão de prata, ou se quebre a taça de ouro; antes que o cântaro se despedace junto à fonte, a roda se quebre junto ao poço," (Ec 12:6). A culpa é de quem? A questão é que isso não resolve o problema. É melhor pular essa etapa e passar logo à seguinte: o que fazer agora? Dá para consertar? É possível comprar outro? Não? Então é bom mesmo estar bem com Deus, que tudo pode e tudo supre, senão, consola.


O mesmo acontece em nossa vida espiritual. O texto de hoje está em Romanos 2:3.


"Ou você acha que conseguiria distrair a atenção de Deus dos seus erros apontando o dedo para os erros dos outros? Ou que, por ser um Deus tão bondoso, Ele o deixaria livre de obrigações? É melhor pensar direito, desde o princípio. Deus é bom, mas não é bobo. Por Sua bondade, Ele nos toma pela mão e nos conduz a uma mudança radical de vida." (A Mensagem).


Acusar os outros não nos livra de nossas obrigações e responsabilidades, muito menos quando o fazemos para desviar a atenção de nossas falhas. Quantas vezes ouvi alguém repreendido por um erro qualquer apontar o dedo para os outros e fazer uma delação nada premiada! Não quer ser castigado sozinho? Vai ter alívio com o sofrimento do outro? O ser humano é mesmo complexo e complexado. Mas não pode enganar a Deus.


A exortação no texto de hoje é que é melhor pensar direito desde o princípio. Pense antes de falar. Pense antes de agir. Controle-se. Pondere. Não tome decisões precipitadas. Espere. Respire. Conte até dez! Assim como não podemos pegar carona na salvação do outro, não podemos ser salvos por comparação. A condenação do outro não garante a minha absolvição. Deus é bondoso, bom demais, mas não é bobo. A bondade de Deus não O torna vítima de nossos engodos. Ela faz com que Ele não nos castigue severamente. Por Sua bondade, Ele nos toma pela mão e nos conduz a uma mudança radical de vida. Isso é um Pai amoroso e de visão.


Crer em Jesus não é simplesmente um assentimento intelectual, admitindo que Ele existe lá no Céu. Crer em Jesus é ser discípulo, é seguir Seus ensinamentos e participar de Seu propósito. Isso implica uma mudança radical de vida. Paramos de nos comparar a outros infelizes e tomamos Jesus como modelo. Nas palavras de Paulo, "Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados" (Ef. 5:1). Radical assim. Sem achismos, sem opiniões. De que valem essas coisas diante dos olhos de Deus? São desculpas que não desculpam.


O Pai nos toma pelas mãos e nos conduz. Às vezes, não queremos ir, feito crianças teimosas, mesmo assim, Ele não desiste. Deus só conduz pela mão à vida, só ao que é melhor para nós. Deus provê, ensina e nos envia a convencer outras pessoas a se deixarem levar pela mão do Criador para a mesma mudança de vida que aprendemos a ter. Feliz paternidade, feliz vida nova.


Com carinho,

Pr. Manga




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