top of page

A imprescindibilidade das incertezas

  • Foto do escritor: JUBCor
    JUBCor
  • 8 de jul. de 2020
  • 4 min de leitura

Alguém me perguntou: "De tantos milhões de espermatozóides porque o seu fecundou e nenhum outro em seu lugar? Por que uns nascem pobres e outros ricos, uns com saúde e outros sem e muitos perdem a vida precocemente?" São perguntas que têm a ver com as incertezas da vida. Por que Deus criou um mundo tão cheio delas?


Até as ciências humanas como a Química, a Física e a Matemática estão repletas de incertezas em paradoxo com alguns de seus aspectos tão absolutos e invariáveis como as leis comuns a essas ciências.


A vida não é previsível, já que há tantas variáveis fora de controle. Não se tem certeza de que uma vida nova vai nascer, mesmo que a gravidez esteja comprovada. E quando nasce, ainda que haja a certeza de que todos vão morrer, é incerto quando e como isso será.


Não é questão de determinismo de Deus, ou fatalismo filosófico para outros. Um DNA perfeito pode gerar indivíduos imperfeitos por um simples erro de divisão celular. Por que Deus deixou? A cor dos olhos, tão fácil de calcular a probabilidade genética de acontecer, ou se a criança será menino ou menina, em que a probabilidade é de cinquenta por cento, não é certeza do que virá. Em El Salvador, conheci uma irmã na igreja que havia tido 17 filhos com o mesmo marido. Todos nasceram homens. Já soube de casos de mais de vinte filhos do mesmo casal com o mesmo gênero! Nem os gêmeos idênticos são idênticos.


Uns nascem em berço de outro e outros, como o Próprio Jesus, em berço de palha. Como deveria ser? Todos em berço de ouro? Todos em berço de palha? Ou alguém pensa que só é rico o que tem dinheiro? Há um ditado que diz que "fulano era tão pobre, mas tão pobre, que só tinha dinheiro". Tem gente que nasce em lares ricos, mas são feios de doer, física ou moralmente. Ou lindos, mas infelizes. E tem os que nascem em lares paupérrimos e se fazem na vida com suor e lágrimas, morrem ricos. Que filhos terão? Serão sábios? Usarão bem a herança recebida? Na verdade, nós não temos consenso nem mesmo sobre o que é nascer rico, pois há uma variedade de riquezas desejáveis.


Deus tornou as incertezas imprescindíveis para a vida de propósito. Quer dizer que Ele criou um Universo que permite variações. Nada está engessado. Muito menos o comportamento humano. Existe coisa mais incerta do que isso? Não estamos no Éden, como sempre digo. Esta não é a vida que Deus idealizou. Esta é a vida que Adão nos deu. Injusta e incerta. Porém, não fomos abandonados por Deus e as incertezas da vida nos conferem beleza, curiosidade, espanto, é, surpresas. Algumas delas nos deixam ansiosos, outras, esperançosos e motivados. A vida tem mais graça assim.

Mas o que dizer dos resultados nefastos? Deus não poderia permitir somente os resultados positivos? Acontece que Deus conhece o homem que criou. Se, com tudo o que acontece, o homem despreza o Criador, como seria se tudo fosse certinho? Seria a humanidade grata a Deus e O amaria mais, de todo o coração? Ou seria ainda mais arrogante e independente, confiando em seus recursos, dotes e preferências religiosas, e afatada do Pai eterno por não necessitar dEle para nada?

O texto de hoje está em 1Tim 6:17-19: "17 Ordene aos que são ricos no presente mundo que não sejam arrogantes, nem ponham sua esperança na incerteza da riqueza, mas em Deus, que de tudo nos provê ricamente, para a nossa satisfação. 18 Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras, generosos e prontos para repartir. 19 Dessa forma, eles acumularão um tesouro para si mesmos, um firme fundamento para a era que há de vir, e assim alcançarão a verdadeira vida."

Paulo recomenda que o pastor Timóteo mande os ricos de sua comunidade lembrar que podem ser ricos agora, mas também podem perder suas riquezas rápidamente pelas perseguições comuns a todos os tempos, pelos desastres naturais. Até a riqueza é incerta. Digam os investidores de hoje. Nossa esperança e felicidade não deve estar em nossas posses materiais. Claro que poderíamos nos divertir mais se fôssemos abastados. Mas a feijoada, o churrasco e até o cozido, iguarias com as quais nos deliciamos, foram pratos inventados por pobres trabalhadores. Mais importante é pôr a esperança em Deus que, como disse Paulo, nos provê ricamente, para a nossa satisfação.


Manda ainda, já que os ricos têm recursos, que seja sejam "ricos em boas obras", praticando o bem, sendo generosos e prontos para repartir. Esses princípios parecem ser tão contrários à prática dos ricos, especialmente dos ricos sulamericanos. Pense bem: se todos fossem ricos, não desenvolveríamos as virtudes dos filhos de Deus; se todos fôssemos pobre, não sobreviveríamos. Existe um outro tesouro, este disponível para todos e independente do berço em que nascemos. A generosidade e o amor ao próximo nos permitem acumular um tesouro pessoal, para nós mesmos, não um que deixaríamos para trás na morte. Esse tesouro é um fundamento, uma base para uma nova era que há de vir, diz o texto. Aí todos saberão o que é a verdadeira vida. Não existe fé que salva se não há comportamento que o demonstre, a não ser que alguém seja mais um ladrão na cruz prestes a morrer.


A verdadeira vida está em Jesus. Essa é de uma riqueza que transcende as incertezas e até a morte. O mundo pode ser imprevisível, teremos medo e aflições. Mas não estamos sós. Pensávamos que eramos pobres, mas herdaremos a eternidade, pensávamos que éramos fracos, mas nos tornamos invencivelmente fortes com nossa confiança em Deus. Tudo podemos nAquele que nos fortalece (Fil. 4:13), se não sairmos do contexto.


Independentemente de quanto há na sua conta bancária, você já alcançou a verdadeira vida?


Com carinho,

Pr. Manga.



Comments


Formulário de Assinatura

  • instagram

©2020 por JUBCor. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page