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A Fábula de Talina e Caterina

  • Foto do escritor: JUBCor
    JUBCor
  • 5 de nov. de 2020
  • 4 min de leitura

Este é um conto italiano que, alguns concordarão, faz parte do atual contexto.


O ditado popular dizia: "Aquilo que você encontra no campo, à beira do caminho, se não é do seu tio, é da sua tia."


Mas a velha Talina sofria porque nunca sobrava uma pera para si na árvore, pois os frutos eram levados por quem passava. Assim resolveu por um encanto na pereira de modo que quem nela subisse ficasse preso, sem poder descer. Um desavisado subiu na pereira, colheu muitos frutos e, na hora de descer, viu que não conseguia, que estava grudado à planta. Gritou e chorou pedindo ajuda até que a velha Talina o socorresse a contragosto e desfizesse o encanto temporariamente. O homem fugiu tão apressado que deixou o saco de peras no chão. A fama da árvore logo correu pela cidade e ninguém mais se atreveu a furtar as peras de Talina.


Certo dia, Caterina, a Morte, decidindo quem deveria visitar e buscar, passou o dedo pelo livro dos vivos e parou no nome da velha senhora. E lá foi Caterina à casa de Talina cantarolando: "Talina, Talinala, pega logo a sua mala!". Quando lá chegou, a velha se fez de hospitaleira: "Ó Caterina, sua magra, entra um momento para tomar um café". A Morte hesitou um pouco, mas como raramente era recebida com tal gentileza, cedeu ao convide. Deixou a foice do lado de fora, encostada na porta e foi sentar-se perto da lareira para esquentar os ossos.


Enquanto bebia o café, Talina fazia hora. Disse que ia buscar mais água e ao chegar à porta deu a foice da Morte a um campesino que passava e disse: "Tome, leve de presente que eu já não posso usá-la. Não precisa nem me agradecer, porque eu não tenho tempo de escutar.", e correu para dentro da casa. Terminado o café, lá veio a Morte com sua rima: "Talina, Talinala, pega logo a sua mala!". Mas quando saiu para colocar a foice nas costas não a encontrou mais. Talina lhe contou que um homem a levara.


A Morte, muito brava, disse: "Talina, o seu dia passou e não posso levá-la, mas volto para buscar você no ano que vem." E saiu correndo atrás do homem para reaver a sua foice.


O ano passou rápido e a velha aproveitou cada dia. Quando Caterina voltou, disse-lhe Talina com voz de rendida: "É, chegou a hora da partida. Podemos fazer minha última refeição?". A Morte, que não era tão ruim assim, concedeu-lhe o desejo e perguntou-lhe o que queria comer. "Vou fazer minha torta preferida, uma torta de peras, mas por causa da idade, não consigo mais, nem me atrevo, a subir na pereira.". "Não seja por isso, disse Caterina. Eu subo!" E lá foi ela catar peras. Na hora de descer, notou que ficou grudada na árvore e não podia baixar-se. Então chamou Talina, que se fez de surda por muito tempo. Por fim, Caterina, a Magra, negociou: "Quantos anos mais você quer viver? Um? Dois? Dez?". Acabaram firmando acordo para mais 25 anos. Talina desfez o encanto e lá se foi a Morte, vencida.


Concluindo a história, Talina saiu cantando: "Agora, por enquanto, vou chegar aos cem anos. Depois pensaremos, quando chegar o momento."*


Pois é. Se nós não temos uma pereira encantada no quintal nem a perspicácia de Talina, sabemos que não podemos, por meios humanos, driblar a morte.


Mas há na história da humanidade algo que não é fábula nem invenção dos homens. Houve uma única pessoa, vinda com o objetivo propósito de colocar fim à morte (letra minúscula e não personificada). Jesus venceu a própria morte para garantir pela força do milagre, único na história, o que havia declarado em João 8:51: "Asseguro-lhes que, se alguém obedecer à minha palavra, jamais verá a morte" (NVI).


Mas muito além de nos prometer vida eterna, caminhar com Jesus é viver agora com a mente da eternidade. Com isso, nossa perspectiva sobre a vida, sobre os homens, sobre política, economia, ideologias e todas as coisas passa a ser a perspectiva do alto, o modo de ver de Deus. Quando todas as coisas são submetidas ao que Deus diz, começamos a viver o reino de Deus. Seu governo nos garante paz onde não há paz humana, nos garante sustento desafiando a lógica humana, nos garante felicidade porque aprendemos que ser feliz não é ter, mas um estado de consciência. Encontramos satisfação em Deus, não a satisfação de desejos que nos tornam eternamente infantis, mas o ponto em que os desejos se tornam desnecessários. Não podemos alcançar isso por nós mesmos a não ser na alienação. Mas com a direção do Espírito Santo, o cristão não é alienado. Sofres a dores do mundo porque entende como o mundo é. Cessam os infinitos por quês do homem sem conhecimento, feito criança a crescer. O entendimento do alto nos faz ver a realidade e ela não nos assusta nem surpreende mais.


Então, ecoam na mente as palavras de Paulo, no nosso texto de hoje, que dispensa maiores comentários: 1 Coríntios 15:55-58:

"Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? 56 O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. 57 Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. 58 Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão."


Que Deus abençoe ricamente Sua Palavra em nosso entendimento.


A foice da morte, seu aguilhão, é o pecado. Se você fizer como a velha Talina e mandar a foice da morte, o pecado, para o lado de fora da sua casa, e aceitar o perdão amoroso do Senhor Jesus, poderá viver tranquilamente, esperando, quisás, chegar aos cem anos. Ao contrário de Talina, não haverá nada mais para pensar depois. Já temos a vitória e vamos dormir em paz.


Por isso, fique bem. Fique em paz. Fique com Deus. Fique em casa e não deixe o pecado entrar!


Com carinho,

Pr. Manga


*Traduzido e adaptado por João Luís Manga, de "Talina e Caterina", Le Più Belle Fiabe Popolari Italiane, pág. 44-46, New Compton Editori, 2003.



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